Metodologia Clínica
-
O limite entre processo adaptativo e doença ainda é uma questão mal-resolvida (Cotran et al., 1996). Mesmo considerando-se o indivíduo saudável clinicamente, fica difícil afirmar, naquele momento, que não existam alterações estruturais instaladas ou se processando em algum órgão ou tecido.
A história natural da doença pode ser dividida em dois grandes períodos:
- Pré-patogênico: etapa que se inicia com a agressão ao organismo e estende-se até o momento em que ocorre uma resposta por parte dele.
- Patogênico: corresponde à fase em que ocorrem alterações físicas ou psíquicas, podendo evoluir para a cura, incapacidade (defeito, seqüela) ou a morte. Pode ser subdividido em:
-
- Período de patogenia precoce: surgem modificações bioquímicas, celulares ou teciduais, sem, contudo, resultarem em sinais e sintomas aparentes, podendo ser diagnosticadas somente por exames laboratoriais.
-
- Período de patologia precoce: as alterações intrínsecas que tiveram início na etapa anterior começam a ter expressão clínica através de sinais e sintomas, os quais, embora incipientes, possibilitam o diagnóstico ou, pelo menos, a suspeita clínica da doença presente.
-
- Patologia avançada: a doença se apresenta com todas as suas características, ou seja, com um conjunto de sinais e sintomas fortemente representativos de uma entidade diagnóstica.
-
- Convalescença: caracteriza-se pelo desaparecimento gradativo dos sinais e sintomas, evoluindo para os resultados finais, que podem ser de recuperação, cronificação, incapacidade ou morte.
* Os objetivos dos profissionais da área da saúde devem ser no sentido de envidar esforços para a prevenção das doença. Uma vez a doença instalada o profissional deve se valer de uma metodologia clínica eficiente que por sua vez possa proporcionar o diagnóstico efetivo o mais precoce possível.
ETAPAS DA METODOLOGIA CLÍNICA
- Exame Clínico: (coleta e valoriza os sinais e sintomas da doença)
- Hipóteses de Diagnóstico: (doenças que apresentam o mesmo quadro clínico ou sintomatologia)
- Diagnóstico Final: [o método pelo qual consegue-se chegar ao diagnóstico final a partir das hipótese denomina-se de diagnóstico diferencial ( p. ex. a utilização de exames complementares)]
- Prognóstico: visão com base na propedêutica (experiência clínica) da evolução da doença. Em linha gerais pode ser bom, reservado ou ruim.
- Plano de Tratamento: Pode ser específico, sintomático e de suporte. Deve obedecer os critérios de necessidade de oportunidade.
- Proservação
Exercícios:
1 – Conceitue indício de diagnóstico.
2 – Conceitue critério de diagnóstico.
3 – Conceitue entidade de diagnóstico
4 – Discuta quais são os fatores que influenciam a elaboração do prognóstico.
EXAME CLÍNICO EM ODONTOLOGIA
Objetivos:
- É fundamental no processo de diagnóstico, pois constitui-se na primeira etapa da metodologia clínica.
- Proporciona o conhecimento do estado de saúde geral e bucal do paciente
- Cria oportunidade para a detecção de incipiências clínicas objetivando o diagnóstico precoce tanto de patologias bucais como de doenças gerais.
Divisão
- Exame Subjetivo (Anamnese)
- Exame Objetivo (Exame Físico)
Exame Subjetivo (Anamnese)
- Identificação
- Queixa principal
- História da doença atual ( * deverão existir tantas histórias de doenças quantos forem os problemas relatados pela anamnese ou detectados pelo exame físico)
- História odontológica
- História médica
- Antecedentes familiares
- Hábitos
Exercício: Simule um caso hipotético de uma doença que você conheça a história natural, e procure desenvolver o Exame Subjetivo respeitando a coerência dos fatos e dos campos apropriados.
Bibliografia: Genovese, Tommasi, Kignel